Recarregar o cartão de transporte, colocar crédito no celular e aumentar o saldo de contas digitais não são mais possibilidades que apenas o dinheiro pode pagar. Agora, reciclar também pode ser sinônimo de vantagens para o bolso do soteropolitano.
A responsável por isso se chama Retorna, uma máquina de coleta de resíduos recicláveis que troca materiais que seriam descartados por pontos que se transformam em moedas digitais para resgatar benefícios financeiros.
Para cada tipo de produto coletado, é gerado um Tricoin – como é chamada a moeda digital paga pelas Retornas. Nelas, é possível depositar alumínio, plástico, embalagem longa-vida (de papelão), aço e vidro. Uma garrafinha de água, por exemplo, equivale a 10 tricoins. Já uma latinha de refrigerante garante 15 moedas.
Para começar a reciclar, são necessários apenas três passos. Primeiro, realizar um cadastro na própria Retorna, site (triciclo.eco.br) ou aplicativo da Triciclo – empresa responsável pelo Projeto Retorna Machine, que fomenta a iniciativa -, juntar os materiais e, em seguida, depositá-los na máquina mais próxima.
Há seis delas em Salvador, todas localizadas nos terminais de ônibus administrados pela CCR Metrô Bahia. São elas: Pirajá, Retiro, Acesso Norte, Rodoviária, Pituaçu e Aeroporto, considerados pontos estratégicos para estrear o programa de economia circular na capital baiana.
“O transporte público é onde a pessoa começa e termina o dia. Ele também tem, naquele ambiente, a possibilidade de promover a educação ambiental. A nossa operação no ambiente da CCR permite um trabalho dia a dia, junto ao cidadão, de garantir mais sustentabilidade”, conta Felipe Cury, CEO da Ambipar Triciclo.
Já com um histórico de projetos de economia circular, em que beneficia cerca de 15 famílias, além das obras sociais Irmã Dulce em alguns deles, a coordenadora de Meio Ambiente da CCR Bahia, Gabriella Brito, entende a parceria como uma maneira de ampliar o número de pessoas beneficiadas, dado o fluxo diário de 340 mil passageiros nos terminais de ônibus do metrô.
“Estamos disponibilizando nossos terminais e, muito em breve, nossas estações para ajudarmos a plantar, na cabeça das pessoas, a sementinha de que reciclar é importante. Além de também fomentar a economia circular, não apenas naqueles que pegam o metrô, mas no máximo de pessoas possível”, destaca.
Já em funcionamento, o sistema Triciclo pode ser usado em qualquer lugar do país, graças ao cadastro realizado na plataforma, que registra os materiais reciclados pelo usuário em qualquer máquina Retorna.
Se um usuário soteropolitano se muda para São Paulo e seus pais seguem realizando o descarte nas máquinas das estações rodoviárias da CCR, o beneficiário pode utilizar suas moedas para recarregar um cartão de transporte nos terminais de recarga paulistas, mesmo sem ter depositado os resíduos lá, por exemplo.
Para garantir que o máximo de pessoas consigam reciclar e resgatar os Tricons, as Retornas estabelecem o limite de 25 descartes remunerados por dia. O que não impede que um usuário deposite mais que essa quantidade, ele só não será pago por elas.
De acordo com o CEO da Ambipar Triciclo, o dia de maior fluxo é a segunda-feira, por vir após os finais de semana, em que as pessoas consomem mais bebidas e produzem uma quantidade maior de resíduos. Todo material depositado pelos usuários é coletado pela própria empresa. Nela, os resíduos passam por uma triagem, são categorizados e repassados para indústrias recicladoras.
Benefícios:
– Bilhete único
– Recarga de celular
– Saraiva Plus
– Cartão MTU
– Saldo PagBank
– Saldo Mercado Pago
Pontos:
– Alumínio: 15 tricoins
– Plastico/ Pet: 10 tricoins
– Aço: 10 tricoins
– Papelão: 5 tricoins
– Vidro: 5 tricoins
Fonte: Correio